Bom dia, apaixonados por cripto. O clima no mercado não é dos melhores hoje. O bitcoin (BTC) caiu para o menor nível desde maio e é negociado na faixa dos US$ 96 mil na manhã desta sexta-feira (14).

O que está pesando? Uma mistura de incertezas: o fim do shutdown nos EUA não trouxe o alívio esperado, persistem dúvidas sobre o próximo corte de juros por lá e investidores institucionais seguem retirando recursos dos ETFs à vista de BTC.

E não é só o bitcoin que escorrega. O ethereum (ETH), a solana (SOL) e a maioria das altcoins também operam no vermelho. Poucas escaparam - uma delas é a zcash (ZEC), que sobe 100% no acumulado mensal. 😲 (No final desta news tem um gráfico e mais informações sobre essa cripto).

A procura por stablecoins (criptos atreladas a outros ativos) em dólar segue forte no Brasil. Ontem, a exchange Mercado Bitcoin divulgou que o volume transacionado com USDT e USDC (as duas principais) triplicou de 2024 para 2025. Só neste ano, mais de 40 mil pessoas compraram esses tokens pela primeira vez. Mostramos aqui que o volume mensal desses ativos digitais chegou a R$ 10 bilhões só em outubro.

A nova regulamentação do setor animou o Zro Bank, banco digital brasileiro. Com a decisão do Banco Central de equiparar transferências internacionais com cripto às operações de câmbio (algo que muita gente não curtiu por causa da possível tributação), a fintech afirma que agora pode tirar do papel o plano de processar transações internacionais usando ativos digitais.

Em meio à queda do BTC e ao aumento da aversão ao risco, os ETFs à vista de BTC nos EUA registraram saídas de US$ 869,86 milhões na quinta, a segunda maior da história. Na contramão, o ETF à vista de XRP, que estreou ontem no país, movimentou US$ 58 milhões - o maior volume de estreia entre os quase 900 lançamentos de ETFs no país neste ano, segundo Eric Balchunas, analista sênior da Bloomberg.

Mais um governo decidiu navegar na onda cripto. O banco central da República Tcheca anunciou ontem a compra de US$ 1 milhão em bitcoin, em stablecoin USDT e em outros ativos digitais. O objetivo, segundo o governo, é avaliar o papel desses ativos na diversificação das reservas oficiais. Hoje, cerca de 10 países já mantêm algum tipo de moeda digital no balanço.

Enquanto boa parte das criptos cai hoje, uma segue firme na alta: a zcash (ZEC). Parte do fôlego vem de sua aposta forte na privacidade, permitindo que usuários enviem e recebam dinheiro de forma anônima. Há quem diga que o bitcoin, criado justamente para oferecer mais autonomia e pseudoanonimato, tem perdido essa característica com a entrada de investidores institucionais, novas regulamentações, rastreabilidade crescente e empresas listadas acumulando BTC em tesourarias.